Eu acumulei algumas experiências durante o período que exerci funções técnicas na secretaria. Foram 20 anos de atuação:
Em relação a reajustes salariais:
Nunca confie em diagnósticos e opinões de técnicos fora da pasta da educação (Secretários de outras pastas, secretários de finanças, tesoureiros, etc.). Geralmente a opinião dos mesmos vão de encontro à valorização do profissionais do magistério. Quase sempre convencem o Prefeito a não pagar reajustes salariais. Pintam cenários tenebrosos sobre as finanças municipais, omitem informações, falam do que não entendem, pois desconhecem as leis aprovadas sobre a educação e o magistério, e são motivados pela inveja e o recalque, pois não admitem que os professores tenham melhorias salariais. Quase sempre, após o pagamento ser efetivamente pago, conforme a lei, não admintem o erro de opinião, engolem a própria desídia, e demostram claramente a dissimulação e se preparam para no próximo ano refazer o ataque contra os profissionais do magistério.
Para o Piso Salarial ser pago é necessário que o Secretário ou a Secretária de Educação seja proativo, tenha coragem, tenha postura, tenha argumentos técnicos e políticos, de preferência tenha história de luta e histórico de engajamento sindical, para convencer o gestor a ir na direção certa. Secretários não podem ser meros avalistas (assinar papéis) de ações políticas. É preciso encarar os problemas e as adversidades de frente, ir para o desgaste, mas sobretudo ser sincero com a categoria e mostrar respeito e credibilidade. Os professores não querem “saídas pela tangente” ou subterfúgios.
Escritórios de contabilidade contratados para gerir recursos públicos geralmente só vendem pacotes de desmonte das políticas públicas. Eles querem agradar prefeitos e garantir o seu próprio lucro. Vendem facilidades, quebras de regras, retrocessos legais. Destrói em um piscar de olhos o que foi conquistado com muita luta pelo magistério. Geralmente procuram brechas, atalhos legais e contábeis para lesar trabalhadores e professores.
Associações de prefeitos e organizações de secretários municipais reúnem em um só espaço, pessoas do mais diversas qualidades. Mais já percebi é que em sua maioria consegue reunir num só espaço, o que há de mais conservador, retrógrado, reacionário, fascista, elitista de um determinado momento político. Lá geralmente torna-se o local para conspirar, maquiar dados, e conter avanços sindicais. É preciso ter personalidade, senso crítico, formação ideológica e política para não trazer para o município um pacote de maldades.
Pessoas de boa índole se guiam pelo certo, pelo sensato, pelo justo. Gestor que opta pelo caminho tortuoso, já demonstra nas ações seus valores, seu carater duvidoso. Geralmente, não aparece nas reuniões com o Sindicato, e não consegue dialogar na adversidade. Se mostra temeroso e sorrateiro. É preciso ao menos tentar fazer o melhor! Ter vontade politica! Ir para o diálogo e o convencimento!
Por esse comentário dá para entender o que está acontecendo em Simão Dias em relação ao piso salarial.